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Instalando Debian GNU/Linux 3.0 para PowerPC
Capítulo 6 - Particionando seu disco rígido


6.1 Introdução

Particionar o disco rígido simplesmente se refere em dividir o disco em duas seções. Cada seção é independente da outra. É equivalente a colocar paredes na casa; se você fizer mudanças em uma sala, a outra não será afetada.

Se possui atualmente um sistema operacional em seu computador (Windows 95, Windows NT, OS/2, MacOS, Solaris, FreeBSD) e você quiser instalar o Linux no mesmo disco, você provavelmente terá que reparticionar o disco. Em geral, alterando-se a partição de um sistema de arquivos existentes destrói todos os dados dela. Assim você deverá sempre fazer cópias de segurança antes de iniciar o reparticionamento. Usando a analogia da casa, você provavelmente deverá mover todos os móveis fora dela antes de mover a parede sobre o risco de destruílos.

No mínimo, GNU/Linux precisa de uma partição para sua instalação. Você pode ter uma partição simples contendo todo o sistema operacional, aplicativos, e seus arquivos pessoais. Muita pessoas sentem necessidade de possuir uma partição swap, embora não seja necessária. "Swap" é um espaço utilizando pelo sistema operacional que permite que o sistema criar uma "memória virtual". Colocando swap em uma partição separada, Linux pode fazer um uso mais eficiente dela. É possível forçar o Linux a utilizar um arquivo regular como swap, mas isto não é recomendado.

Porém, muitas pessoas decidem ter um número mínimo de partições para GNU/Linux. Existem duas razões para colocar os sistema em diversas partições pequenas. O primeiro é a segurança, se ocorrer um corrompimento do sistema de arquivos, geralmente somente aquela partição é afetada. Assim, você somente terá que restaurar (através de backups que criou) a partição afetada de seu sistema. No mínimo considere a criação de uma partição separada que é normalmente chamada de "partição root". Esta partição contém os componentes mais essenciais para o funcionamento de seu sistema. Se ocorrer o corrompimento de outras partições, você poderá iniciar o GNU/Linux e corrigir este problema. Isto pode evitar toda a reinstalação de seu sistema por causa de um problema.

A segunda razão é geralmente mais importante em uma empresa, mas depende do uso de seu computador. Suponha que alguma coisa esteja fora de controle e começa a comer seu espaço em disco. Se o processo causador deste problema procura obter privilégios de root (o sistema mantém uma porcentagem do espaço em disco longe dos usuários), de repente você pode descobrir que perdeu espaço em disco. Isto não é muito bom como o OS precisa utilizar arquivos reais (além do espaço de troca) para muitas coisas. Pode nem ser mesmo um problema de origem local. Por exemplo, obtendo e-mails indesejados pode-se facilmente encher uma partição. Utilizando mais partições, você estará protegendo seu sistema de muitos destes problemas. Usando novamente o e-mail como exemplo, colocando /var/spool/mail em sua própria partição, o resto do sistema trabalhará normalmente se você receber muitos e-mails.

A única desvantagem de se utilizar diversas partições é a dificuldade de se saber com antecedência quais serão as suas necessidades de espaço. Se você criar uma partição muito pequena, você terá que reinstalar todo o sistema ou terá que mover arquivos freqüentemente para outras partições para liberar espaço na partição. No outro caso, se criar um partição muito grande, você estará desperdiçando espaço que poderia ser utilizado em outro local. Espaço em disco é hoje em dia barato, mas porque jogar seu dinheiro fora?


6.1.1 A estrutura de diretórios

A lista seguinte descreve alguns diretórios importantes. Ela deve ajuda-lo a decidir o esquema de particionamento para seu sistema. Se ela é muito confusa para você, apenas ignore-a e re-leia esta seção após ler todo o restante do manual de instalação.


6.2 Planejando o uso do seu sistema

É importante decidir qual será a função de sua máquina. Isto determinará os requerimentos de espaço em disco e afetará o esquema de particionamento.

Isto foi mudado para a Potato -- nós precisamos atualiza-lo. Existe um número de tarefas comuns Como isto deve ser chamado? que a Debian oferece para sua conveniência (veja Seleção Simples de Pacotes -- O Instalador de Tarefas, Secção 8.13). Aplicações de tarefa comuns são simplesmente conjuntos de seleções de pacotes que fazem isto fácil para você, no qual um número de pacotes são automáticamente marcados para instalação.

Cada perfil escolhido terá o tamanho resultante após completar a instalação. Se você não utilizar estes perfis, esta discussão é importante para o planejamento, desde que ele lhe dará a noção do tamanho da partição que você terá que possuir.

Os seguintes são vários dos perfis disponíveis e seus tamanhos: Os vários aplicativos e tamanhos provavelmente devem estar aqui.

Server_std (servidor simples)
Este é um perfil de servidor pequeno, útil para ecomizar o espaço em servidores que não possuem muitas contas shell de usuários. Ele possui basicamente um servidor FTP, um servidor WEB, DNS, NIS e POP. Ele ocupará em torno de 50MB. Esta certo, que este tamanho seria o exato; qualquer outra coisa adicionada por você, seria adicional.
Dialup
Uma instalação de desktop simples, inclui o sistema X-Window, aplicações gráficas, som, editores, etc. Tamanho dos pacotes ocupara em média 500MB.
Work_std (trabalho simples)
Uma configuração de usuário mais simples, sem o sistema X-Window ou aplicações X. Possivelmente recomendada para Notebooks ou computadores móveis. O tamanho é aproximadamente 140MB (note que o autor tem um notebook simples incluindo X11 simples, ocupando cerca de 100MB).
Devel_comp (desenvolvimento)
Uma configuração de computador desktop com todos os pacotes de desenvolvimento, como o Perl, C, C++, etc. O tamanho ocupado é cerca de 475MB. Assumindo que você esta incluindo X11 e muitos pacotes adicionais para outros usos, você deverá possuir aproximadamente 800 MB para este tipo de instalação.

Lembre-se que estes tamanhos não incluem todos os outros materiais que são normalmente encontrados, como os arquivos de usuário, e dados. É sempre bom ser generoso quanto ao espaço de seus próprios arquivos e dados. Notavelmente, a partição /var da Debian contém muita informações circunstânciais. Os arquivos do dpkg (com informações de todos os pacotes instalados) podem facilmente consumir 20MB; com logs e o resto, você deverá reservar no mínimo 50MB para /var.


6.3 Nomes dos dispositivos no Linux

As partições e discos do Linux são nomeados de formas diferentes de outros sistemas operacionais. Você precisará conhecer os nomes que o Linux usa antes de criar suas partições. Aqui um esquema básico de nomes:

As partições em cada disco são representadas por um número decimal correspondente ao nome do disco: "sda1" e "sda2" representam a primeira e segunda partição do primeiro disco SCSI do computador.

Aqui um exemplo real. Imagine que você possui um sistema com 2 discos SCSI, um no segundo endereço SCSI e o outro SCSI no endereço 5. O primeiro disco (no endereço 2) é nomeado como "sda", e o segundo "sdb". Se a unidade "sda" possui 3 partições nele, estas serão nomeadas como "sda1", "sda2" e "sda3". O mesmo se aplica ao disco "sdb" e suas partições.

Note que se você tiver duas adaptadoras de barramento SCSI (i.e. controladoras), a ordem dos drives podem gerar confusão. A melhor solução neste caso é ler as mensagens no boot, assumindo que você conheça o modelo dos discos rígidos.


6.4 Esquema de particionamento recomendado

Como descrito acima, você definitivamente devera ter uma partição root (raiz) separada e menor, e uma partição /usr larga, se você tiver espaço. Por exemplo, veja abaixo. Para maior parte dos usuários, as duas partições inicialmente mencionadas são suficientes. Isto é especialmente recomendado quando você tem um disco rígido pequeno, assim criando várias partições desperdiçara mais espaço.

Em muitos casos, você precisara ter uma partição /usr/local separada se desejar instalar muitos programas que não fazem parte da distribuição Debian. Se sua máquina funcionar como servidor de e-mail, você deverá criar uma partição separada para /var/spool/mail. Normalmente, é uma boa idéia colocar /tmp em sua própria partição, com o espaço entre 20 e 30MB. Caso esteja configurando um servidor que terá várias contas de usuários, é recomendado criar uma grande partição /home. Em geral, as situações de particionamento variam de computador para computador, dependendo de seu uso.

Para sistemas muito complexos, você deverá ler o Multi Disk HOWTO. Este contém informações detalhadas, muito de interesse de ISPs e pessoas configurando servidores.

A respeito do assunto tamanho da partição de troca, existem muitos pontos de vista. Uma regra que funciona bem é criar o tamanho do arquivo de troca de acordo com a memória em seu sistema, embora não seja muito comum para muitos usuários ter mais que 64MB de swap. Também não pode ser menor que 16MB, na maioria dos casos. É claro, existem exceções para estas regras. Se você está tentando resolver 10.000 equações simultâneas em uma máquina com 256MB de memória, você precisará de 1 gigabyte (ou mais) de swap. Em arquiteturas de 32bits (i386, m68k, 32-bit SPARC, e PowerPC), o tamanho máximo de uma partição swap é de 2 GB (no Alpha e SPARC64, é virtualmente ilimitado). Isto deve ser o bastante para qualquer instalação. No entanto, caso os requerimentos de sua partição swap são grandes, você deve dividi-la em diferentes discos (também chamados de "spindles") e, se possível, canais SCSI e IDE diferentes. O kernel balanceará o uso da swap entre as múltiplas partições swap, oferecendo melhor performance.


6.5 Exemplo de particionamento

Em um exemplo, a máquina da casa do autor possui 32 MB de RAM e 1.7 GB IDE em /dev/hda. Isto é uma partição de 500MB para outro sistema operacional em /dev/hda1 (e 200MB nunca foram usados). Uma partição de 32MB é usada em /dev/hda3 e o resto (acima de 1.2GB em /dev/hda2) é a partição Linux.


6.6 ``Particionar o Disco Rígido''

Se você não particionou seus discos rígidos com o sistema de arquivos Linux native e Linux swap, i.e., como descrito em Pré-Particionando para Sistemas Multi-Boot, Secção 3.5, o próximo passo será ``Particionar o Disco Rígido''. Se você já criou no mínimo uma partição Linux native e uma partição de disco Linux swap, a próxima opção do menu será ``Inicializar e Ativar uma Partição Swap'', ou você poderá pular este passo se o seu sistema tem pouca memória e caso tenha ativado a partição swap quando o sistema foi iniciado. Se estiver na seleção de menu ``Próximo'', você pode usar a seta para baixo para selecionar ``Particionar o Disco Rígido''.

O item de menu ``Particionar o Disco Rígido'' mostra a você uma lista de discos rígidos que você pode particionar, e executar o programa de particionamento. Você deve criar no mínimo uma partição de disco "Linux native" (tipo 83) e você provavelmente precisará de uma partição "Linux swap" (tipo 82), como explicado em Particionando seu disco rígido, Capítulo 6. Se você tem dúvida sobre o particionamento de disco, volte e leia aquele capítulo.

Dependendo da sua arquitetura, existem diferentes programas que podem ser usados. Estes são os programas disponíveis para sua arquitetura.

cfdisk
um particionador de discos simples de ser utilizado para o resto das pessoas; leia a página de manual do cfdisk.

Note que o cfdisk não entende completamente as partições FreeBSD e, novamente, os nomes de dispositivos podem ser diferentes.

mac-fdisk
Versão Mac-aware do fdisk; leia a página de manual mac-fdisk.

Um destes programas será executado por padrão quando você selecionar ``Particionar o Disco Rígido''. Se o programa executado por padrão não é o que deseja, saia do particionador, vá para o shell (tty2), e digite manualmente o nome do programa que deseja usar (e argumentos se precisar). Então pule o passo ``Particionar o Disco Rígido'' no dbootstrap e continue com o próximo passo.

Uma partição swap é extremamente recomendada, mas você pode continuar sem ela se insistir, e se o sistema possuir mais que 16MB de RAM. Para instalar sem uma partição swap, selecione a opção do menu ``Continuar sem uma partição Swap''.


6.7 ``Inicializar e Ativar uma Partição Swap''

Este será o próximo item de menu uma vez que criou uma partição de disco. Se tem a opção de inicializar e ativar a nova partição swap, ativar uma partição anteriormente inicializada, e continuar sem uma partição swap. É sempre permitido re-inicializar uma partição swap, é só selecionar ``Inicializar e Ativar uma Partição Swap'' a menos que saiba seguramente o que está fazendo.

Esta opção de menu mostrará a você uma caixa de diálogo dizendo ``Selecione a partição para ativar como dispositivo swap.''. O dispositivo padrão mostrado será a partição swap que você configurou atualmente; se for, apenas pressione Enter.

Após isto você terá a opção de verificar toda a partição por blocos de discos que não podem ser lidos causados por defeitos na superfície dos discos do disco rígido. Isto é útil se você tiver um disco ou discos SCSI antigos, e nunca danifica (embora possa levar algum tempo). Discos funcionando corretamente em muitos dos sistemas modernos não precisam desta opção, como eles possuem mecanismos internos próprios para mapear blocos de discos defeituosos.

Finalmente, esta é a mensagem de confirmação, desde que a inicialização destrói todos os dados antigos da partição. Se está tudo bem, selecione ``Sim''. A tela mostrará o programa de inicialização sendo executado.


6.8 ``Inicializar uma Partição Linux''

Neste ponto, a próxima opção mostrada no menu será ``Inicializar uma Partição Linux''. Se não for ela, é porque você não completou o processo de particionamento do disco, ou você não escolheu uma das opções de menu de sua partição de troca.

Você pode inicializar uma partição Linux, ou alternativamente você pode montar uma partição inicializada anteriormente. Note que o dbootstrap não atualizará um sistema antigo sem destruí-lo. Se você está atualizando, a Debian pode usualmente atualizar-se, e você não precisará utilizar o dbootstrap. Para instruções de upgrade para a Debian 3.0, veja instruções de upgrade.

Assim, se você esta utilizando partições de disco antigas que não estão vazias, i.e. se você deseja destruir o que estiver nela, você deverá inicializa-la (que apagará todos os arquivos). Mais ainda, você deve inicializar qualquer partição que você criou no passo de particionamento de disco. Sobre a única razão para montar uma partição sem inicializa-la neste ponto é porque voce já deve ter feito grande parte do processo de instalação com as mesmas configurações dos disquetes de instalação.

Selecione a opção de menu ``Inicializar uma Partição Linux'' e monte a partição de disco /. A primeira partição que você montar e inicializar será a única montada como / (pronunciada "raíz" - em inglês "root").

Você será perguntado se deseja manter ``Compatibilidade com Kernel Linux Anterior ao 2.2'' Dizendo ``Não'' significa que não poderá executar kernels da série 2.0 ou anteriores em seu sistema, pois o sistema de arquivos ativará características que estes kernels não suportam. Se você nunca precisou executar um kernel 2.0 ou anterior em seu sistema, responda ``Não'' a questão. O padrão é ``Sim'' em nome da compatibilidade.

Você também será perguntado se deseja fazer a verificação por blocos defeituosos. O padrão é pular a verificação por blocos defeituosos, pois a verificação consome muito tempo e controladoras de disco modernas detectam e fazem a correção adequada quando encontram blocos defeituosos. No entanto, se não está certo da qualidade de sua controladora de disco, ou se tiver um sistema muito antigo, provavelmente deverá fazer a procura por blocos defeituosos.

As próximas perguntas são somente para confirmação. Você será perguntado para confirmar, pois a inicialização destruirá todos os dados em sua partição de disco, e você será perguntado se a partição deverá ser montada como / [3].

Após você montar a partição /, o próximo item de menu será ``Instalar o Kernel e os Módulos'', a não ser que você já tenha feito vários passos da instalação. Você pode usar as setas para selecionar o item de menu para inicializar e/ou montar as partições de disco caso você tiver mais partições para configurar. Se você criou partições separadas para /var, /usr ou outros sistemas de arquivos, você pode inicializa-las e/ou monta-las agora.


6.9 ``Montar uma Partição Linux já Inicializada''

Uma alternativa para ``Inicializar uma Partição Linux'', Secção 6.8, é o passo ``Montar uma Partição Linux já Inicializada''. Use isto se você esta resumindo uma instalação que foi perdida, ou se você deseja montar partições que já foram inicializadas ou possuem dados que deseja preservar.

Se você estiver instalando em uma estação de trabalho sem disco rígido, neste ponto, você pode montar sua partição NFS root através do servidor NFS remoto. Especificamente o caminho para o servidor NFS na sintaxe NFS, isto é, nome-do-servidor-ou-IP:caminho-do-compartilhamento-do-servidor. Se voce precisar montar sistemas de arquivos adicionais também, você pode monta-los agora.

Se você ainda não configurou sua rede como descrito em ``Configurar a Rede'', Secção 7.5, então ao selecionar uma instalação NFS, será perguntado por por isso.


6.10 Montando partições não suportadas pelo dbootstrap

Em algumas situações especiais, o dbootstrap pode não saber como montar seus sistemas de arquivos (seja o root ou outro qualquer). Pode ser possível, se você é um usuário Linux experiente, simplesmente vá até o tty2 e execute manualmente os comandos que você precisa para montar a partição em questão.

Se estiver montando uma partição raíz para seu novo sistema, apenas monte-a em /target, então volte para o dbootstrap e continue (talvez executando o passo ``Ver a Tabela de Partição'' para o dbootstrap recomputar onde está no processo de instalação.

Para partições não-raízes, você deve se lembrar de modificar manualmente seu novo arquivo fstab assim sua partição será montada quando reiniciar. Espere o arquivo (/target/etc/fstab) ser gravado pelo dbootstrap, é claro, antes de edita-lo.


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Instalando Debian GNU/Linux 3.0 para PowerPC

versão 3.0.23, 15 May, 2002
Bruce Perens
Sven Rudolph
Igor Grobman
James Treacy
Adam Di Carlo